3 de mar. de 2012

Vamos brincar de viver bem?

Fernanda Heloisa de Mello
Professora de Educação Física.
Tema
Plano de ações pedagógicas para prevenção e diminuição do índice de sobrepeso e obesidade em alunos da E. M. Presidente Arthur da Costa e Silva.

Justificativa
A obesidade vem tornando-se um problema comum nas sociedades. Definida por Coutinho (1998) apud Soares e Petroski (2003) “a obesidade é uma enfermidade crônica que vem acompanhada de múltiplas complicações, caracterizada pela acumulação excessiva de gordura”.
A predisposição genética para a obesidade é um fenômeno biológico de alta complexidade que aliado ao estilo de vida atual impulsionam o crescimento dos índices de obesidade em adultos, adolescentes e crianças.  A “correria” do mundo moderno estimula hábitos alimentares pouco sadios e o sedentarismo. 
Segundo a Organização Pan Americana de Saúde – OPAS[1], a obesidade cresceu aproximadamente 240% nos últimos 20 anos no Brasil. E, de acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008/2009, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e estatística - IBGE[2], uma em cada três crianças de 5 a 9 anos estava acima do peso recomendado pela Organização Mundial de Saúde – OMS. A parcela dos meninos e rapazes de 10 a 19 anos de idade com excesso de peso passou de 3,7% (1974-75) para 21,7% (2008-09), já entre as meninas e moças o crescimento do excesso de peso foi de 7,6% para 19,4%. Também o excesso de peso em homens adultos saltou de 18,5% para 50,1% e ultrapassou, em 2008-09, o das mulheres, que foi de 28,7% para 48%. Nesse panorama, a Região Sul do Brasil apresenta os maiores percentuais de obesidade: 15,9% e homens e 19,6% de mulheres.
“Hoje, a obesidade infantil transformou-se num problema sério de saúde, numa epidemia que se vem alastrando e já atinge parte expressiva da população nessa faixa de idade. As causas são muitas, mas pesam os hábitos alimentares baseados no fast food, salgadinhos e guloseimas e as horas passadas em frente da televisão ou jogando videogame” (VARELLA, s.d.).
         Zamai e Morais (2008) também ressaltam que: a combinação de pessoas com pré-disposição mais as influências ambientais, ou seja, alimentação abundante e inadequada e pouca atividade física geraram o aumento dos índices de pessoas com a obesidade. É importante destacar que as crianças são mais susceptíveis a esse processo, pois são educados dentro dessa cultura de excesso de alimentos e pouca atividade física, justamente no período onde as células do tecido adiposo estão em formação.
As complicações causadas pelo excesso de peso e obesidade variam entre aspectos psicológicos como: discriminação e aceitação diminuída pelo grupo no qual esta inserido, isolamento em atividades sociais e em ascpectos físicos, relacionados à saúde, desde os primeiros estágios da infância.
Segundo Varella (s.d) “a obesidade infantil é uma doença de consequências graves que se instala em múltiplos órgãos. Excesso de gordura corpórea na infância é causa de diabetes, hipertensão, elevação dos níveis de colesterol e triglicérides, tendência à coagulação acelerada do sangue, alterações na parede interna dos vasos e maior produção de insulina”.
Soares e Petroski (2003) acrescentam que os problemas causados pela obesidade podem ser previstos em longo prazo de tempo, em especial no crescimento com a menarca precoce; na respiração com a apnéia do sono, Síndrome de Pickwick; alterações ortopédicas como epifisiólise da cabeça femural, genu valgo, coxa vara, osteoartrite; dermatológicas como micoses, estrias; metabólicas como diabetes, resistência a insulina e ovários policísticos.
“Os pilares fundamentais no tratamento da obesidade infantil são as modificações no comportamento e nos hábitos de vida (tanto da criança como se possível, da família), que incluem mudanças nos planos alimentar e atividade física” (SOARES; PETROSKI, 2003).
         Embasados no acompanhamento biométrico realizado nas aulas de Educação Física e nas informações supracitadas, observamos que no decorrer dos anos de 2010/2011 ocorreu um aumento no índice de crianças com sobre peso e obesidade em nossa Escola.
         Deste modo verificamos a necessidade da elaboração um plano de ações pedagógicas, para as aulas de Educação Física, que atuasse na prevenção e diminuição dos índices de sobrepeso e obesidade entre nossos alunos.






     Objetivo Geral
Diminuir o índice de sobrepeso e obesidade nos estudantes de nossa escola.

    Objetivos Específicos
  • Conscientizar nossos alunos e seus familiares sobre os malefícios à saúde causados pela obesidade;
  • Demonstrar a importância dos exercícios físicos e da alimentação na prevenção da obesidade e melhoria da qualidade de vida.

Ações pedagógicas

O QUÊ?
QUEM IRÁ PARTICIPAR?
Exame Biométrico
Todos os alunos E.F.
Calculo do IMC e consulta a tabela de referências.
3º, 4º e 5º anos
Avaliação Biométrica com gráficos gerais de todos os alunos da Escola.
Professora Fernanda
Vídeo sobre a Obesidade e a importância da prática de exercícios físicos.
Todos os alunos E.F.
Visualização da Queima de Gordura na realização de exercícios físicos.
Todos os alunos E. F.
Caminhada e atividades na academia da praça (instrução de como utilizar os equipamentos e para que eles servem).
5º ano
3º ano e 4ºano
2º ano
(convite para a família  acompanhar o percurso).
Palestra com a Nutricionista Ana Paula; Mostra dos dados obtidos no exame biométrico da nossa escola e atividade pedagógica da salada de frutas.
Todos os alunos do E. F.
Com convite para participação dos pais.





Avaliação
Durante primeiro semestre do ano letivo de 2012 serão realizadas duas avaliações biométricas e comparadas com os resultados da avaliação realizada em dez/2011. As turmas de 1ºano não serão avaliadas, para fins do projeto, pois são alunos ingressantes.

Referências

SOARES, L. D.; PETROSKI, E. L..   Prevalência, fatores etiológicos e tratamento da obesidade infantil. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano. Vol. 5, n. 1, UFSC: 2003.

          VARELLA, D.. Crianças obesas e sedentárias. Acesso em: 17 out. 2011. Disponível em: http://drauziovarella.com.br/infancia/criancas-obesas-e-sedentarias/

ZAMAI, C. A.; MORAIS, J. C.. Análise da incidência de sobrepeso e obesidade entre escolares de 7 a 10 anos de uma escola pública do distrito de Sousas-SP. Efdeportes Revista Digital.  N° 121.  Buenos Aires: Jun. 2008. Acesso em: 17 out. 2011. Disponível em: http://www.efdeportes.com/


[1]              Disponível em: http://new.paho.org/bra/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1
[2]              Disponível em: www.ibge.gov.br

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